quinta-feira, 26 de julho de 2012

Segunda edição de Ykamiabas sai em agosto




Os primeiros registros dessas mulheres guerreiras vêm da região do mar Mediterrâneo, mas ganharam destaque com as viagens de Colombo ao Novo Mundo, no século XV. Desde então, têm percorrido o imaginário dos povos, causando desconforto, despertando fascínio e ajudando a fortalecer a luta das mulheres por seus ideais de liberdade (Regina Melo).

Com o patrocínio do Banco da Amazônia, a escritora e jornalista Regina Melo lança, nos dias 11 e 14 de agosto, respectivamente em Manaus e Belém, às 10 horas, a segunda edição do livro “Ykamiabas – Filhas da Lua, Mulheres da Terra”. Em Manaus, o lançamento será realizado no Museu Etnográfico Crisantho Jobim, do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas/IGHA e, em Belém, no Museu do Forte do Presépio/Cidade Velha, pelo Sistema Integrado de Museus/SECULT.
O lançamento nas duas capitais, segundo a autora, é justificado pela área de abrangência dos muyrakytãs, objeto lítico encontrado no baixo Amazonas, na fronteira do Estado do Amazonas com o Pará. Os locais dos dois eventos também têm uma justificativa: o livro será lançado em museus que contam com coleções de muyrakytãs.
Primeiro romance de Regina Melo, “Ykamiabas – Filhas da Lua, Mulheres da Terra” resgata o mito das mulheres guerreiras amazônicas, a partir das migrações históricas e registros mitológicos, descritos tanto por historiadores como por viajantes que estiveram na Amazônia em séculos passados. “É um livro de ficção com fatos reais”, explica a autora.  
Inicialmente editado pela Travessia, com patrocínio da Petrobras, o livro recria a história das guerreiras amazônicas, que teriam combatido com os conquistadores europeus, durante a passagem de Francisco Orellana, pela região, em 1542 e que também foram descritas pelo naturalista e botânico, Barbosa Rodrigues, em bibliografia sobre o assunto.
Regina Melo conta que a aventura sobre as ykamiabas começou com duas indicações fornecidas pelo padre Casimiro Beksta, antropólogo que conviveu com os indígenas do alto Rio Negro. “A primeira apontou para os escritos do naturalista Barbosa Rodrigues, que tanto traçou a migração dos povos amazônicos em períodos que datam de milênios a.C., como apresentou diversos mitos coletados sobre as ykamiabas”.
A segunda indicação foi para o mapa etno-histórico, de Curt Nimuendaju, que aguçou a sua curiosidade ao constatar que os nomes das tribos indígenas também constavam nos mitos descritos por Barbosa Rodrigues.
O livro será vendido a R$ 20,00. No lançamento, será acompanhado de um muyrakytã com um cordel de tucum.           


Contatos com a autora:
(92) 9333 4677/(92) 82382145

sábado, 28 de abril de 2012

Sai a segunda edição de "Oceano Primeiro"



Regina Melo lança nesta segunda-feira, às 10 horas, no Studio 5, o romance “Oceano Primeiro – Mar de Leite, Rio da Criação”, na programação da Bienal do Livro Amazonas O livro, que venceu o Prêmio Proarte de Literatura em 2010 e o Edital do Banco da Amazônia, em 2011, ganha nova edição da Secretaria de Estado da Cultura/SEC.
O romance conta a história de um professor de Filosofia, Oannes, que decide abandonar a cidade para viver no interior da floresta, onde acredita estarem as raízes do seu passado. O contato com as águas do rio Negro fará com que experimente estranhas sensações e descobertas.
A partir daí, iniciará uma série de experiências místicas que o levarão a conhecer os segredos da evolução da terra e da humanidade. O romance recria os ambientes de Lemúria e Atlântida, através de vestígios encontrados nas áreas dos Andes, de semelhanças culturais presentes nas crenças, religiões, rituais e arquiteturas espalhadas em várias partes do mundo, além de farta bibliografia sobre o assunto.
Regina Melo diz que foi influenciada pela teosofia, holismo, teoria sistêmica, difusão cultural, sonhos e arquétipos, simbologia dos elementos e aventuras romanescas, em obras de autores como Helena Blavatski, Fritjof Capra, Joseph Campbell, Carl Jung, Gaston Bachelard e Julio Verne, entre outros.
 “Oceano Primeiro – Mar de Leite, Rio da Criação” traz discussões atuais, como a poluição das cidades, o aquecimento global, movimento das placas tectônicas, desmatamento, mudanças climáticas, o consumo exagerado de carne, além de trabalhar a concepção de paraíso perdido – o Éden onde a vida teria se originado.
O personagem Oannes busca entender a existência de Lemúria, o continente-mito, onde a vida começou. Sete segredos lhe serão revelados. Seu corpo dá sinais de mudança. Ele é um homem, ou um peixe? Para saber, diz a autora, somente lendo o livro.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Saiu o resultado do Banco da Amazônia YKAMIABAS será editado em formato popular



O romance “Ykamiabas – Filhas da Lua, Mulheres da Terra”, de Regina Melo acaba de ser selecionado pelo Banco da Amazônia, no edital de patrocínios 2012, para uma edição popular. Editado em 2004 pela Travessia, com patrocínio da Petrobras, o livro resgata a mitologia das mulheres guerreiras do vale do Amazonas, em época pré-colombiana. A edição em formato popular tem como finalidade atingir um maior número de leitores, pois será cobrado um preço acessível.
Além de Manaus, o livro também será lançado em Belém, como parte da proposta do projeto, como explica Regina Melo. “Amazonas e Pará são detentores dessa mitologia sobre as ykamiabas e seus muyrakytãs. Esta é uma forma de unir os dois Estados, co-irmãos, também em sua história comum, de migrações, conquistas e lutas. Com a edição, a autora espera sensibilizar o público, principalmente adolescente a se interessar pelos temas da mitologia amazônica.
“Espero, sinceramente, que o livro leve as pessoas a refletirem sobre suas posturas em relação às questões ambientais, de maneira que possamos reverter o processo de destruição da vida, pelo descaso e descompromisso com o futuro do planeta”. Além disso, “a tônica sobre a independência das mulheresbguerreiras, contida no mito das ykamiabas, é uma forma de estimular a auto-estima da mulher para ocupar espaços na sociedade e se sentir valorizada e feliz”, destaca Regina.
A lenda das mulheres guerreiras e dos muyrakytãs, os  relatos de viajantes, a existência dos lagos míticos na área geográfica de Nhamundá (AM), as referências contidas nos ciclos mitológicos descritos por Barbosa Rodrigues, o mapa etno-histórico de Curt Nimuendaju, além de outras evidências, levaram a autora a investir no projeto de pesquisa sobre as ykamiabas.


REGINA MELO,     COMUNICADORA SOCIAL. Jornalista, pós-graduada em Design, Propaganda e Marketing, com especialização em Marketing Empresarial (UFAM). Atuou em assessorias de instituições e eventos e em jornais de Manaus. Produziu VTs institucionais (Manaus, Imagem e Memória), documentário sobre o Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico de Manaus, em 1985, e O som das águas – documentário sobre o Abastecimento de Água na História de Manaus, em 1995. Na literatura, escreveu e publicou: PARIÊNCIA (Poesias, 1984), ESTAÇÃO DO NADA (Poesias, 1987), O POEMA (Poesias, 1998); YKAMIABAS – Filhas da lua, Mulheres da Terra (Romance, 2004); OS ANSEIOS DAS CUNHÃS (Revista de HQ, 2006) e OCEANO PRIMEIRO – Mar de Leite, Rio da Criação (Romance, 2011); e os posters: Poemas Descabelados (Poesias,1985) e O Homem e a Cidade (Poesias, 1995). Criou, desenvolveu e escreveu informativos institucionais, como: Gota D’água (Cosama, 1988 - 1990), Informativo Cosama (Cosama, Manaus, 1992 - 1994), Jornal da APA (Presidente Figueiredo-Am, 2000) e Jornal da Rede (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA – 2002 – 2003), entre outros. Desenvolveu vários projetos de pesquisa sobre a história da cidade de Manaus. Participou de eventos culturais, produziu e participou de shows musicais e obteve premiações em participações, como: 3º Lugar no Festival de Corais de Escolas Técnicas Federais (Curitiba, 1975); 3.º lugar com a música Terra Índia, Vida Índia, no Festival do SESI (Manaus, 1981); 2º e 3.º lugares, melhor arranjo vocal, melhor percussão no III FIF – Festival Interno da FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), com as Músicas Troncos e Cogumelo Atômico, em parceria com Natacha Fink Andrade (São Paulo, 1982);  4º. Lugar no Festival Universitário com a música Um bolero para Manaus (Manaus, 1997); Prêmio Governo do Amazonas Os Anseios das Cunhãs – Roteiro poético para uma História em Quadrinhos (Manaus, 2005); Edital PROARTE 2010 e Edital Banco da Amazônia 2011, com o romance Oceano Primeiro – Mar de Leite, Rio da Criação.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ARTISTAS E LIDERANÇAS INDÍGENAS PROMOVEM MARCHA PELA VIDA


No próximo dia 22 de dezembro será a vez do Estado do Amazonas fazer ecoar seu grito de guerra contra Belo Monte. Um grupo formado por artistas, professores, estudantes, intelectuais e lideranças indígenas estará realizando, a partir das 17 horas, a Marcha pela Vida, saindo do centro histórico de Manaus e percorrendo algumas ruas da cidade. A intenção é chamar a atenção da população sobre a construção da hidrelétrica no rio Xingu, nas proximidades da cidade de Altamira, no Pará.
“A hidrelétrica nos incomoda em tamanho, falta de transparência dos recursos empregados e perda da biodiversidade”, revela a jornalista e escritora Regina Melo, que considera a obra um acinte ao bom senso.  “Não é apenas a questão de Belo Monte que nos incomoda, mas as medidas que vêm sendo tomadas com riscos ambientais irreversíveis. O Brasil está dando passos para trás”, disse a jornalista, que encampa o movimento.
Fazem coro a essa inquietação e insatisfação contra Belo Monte, o diretor Nonato Tavares e a atriz Koia Refkalefski, ambos da Companhia Vitória Régia. Eles enfatizam a importância de assumir uma postura de luta contra os que agridem a natureza e em defesa da vida.  O artista plástico Zeca Nazaré também é um dos que se juntaram ao grupo para realizar o movimento em defesa da vida, pois considera importante apoiar esse tipo de manifestação.
“Não podemos aceitar passivos que decidam por nós os nossos destinos”, argumentou o ator e representante indígena, Fidélis Baniwa, que se posicionou contrário a essa forma de se conduzir o desenvolvimento do país.  Sônia Guajajara, líder indígena e vice-coordenadora da COIAB, disse que “defender a floresta é defender os direitos da humanidade”. Para João Machado, Daniel Pìra-Tapuia e André Tukano, “todos serão afetados com a hidrelétrica, não apenas índios e caboclos”.
A concentração da marcha será no Paço Municipal, de onde partirá em passeata em direção à avenida Sete de Setembro, até o final da avenida Eduardo Ribeiro, onde ocorrerá um show com a presença de vários artistas. Durante a passeata, diversas lideranças locais estarão se posicionando a respeito das situações que hoje movimentam o debate ambiental em Manaus e em todo o país.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Igarapé Produções aprova mais dois projetos na Lei Rouanet

Embora o Estado do Amazonas tenha isenção de impostos, em decorrência da criação da Zona Franca de Manaus, e os empresários locais pouco entendam sobre a importância do investimento na Cultura, é importante a aprovação de projetos culturais na Lei Rouanet, porque muitos editais que ocorrem em nível nacional exigem que os projetos inscritos estejam previamente aprovados em leis de incentivo à Cultura.
Como em Manaus não temos Lei Estadual de Incentivo à Cultura e a que existe no âmbito municipal não funciona, ainda nos deparamos com inúmeras dificuldades nos editais disponibilizados pelos órgãos de cultura locais, sejam pelos parcos recursos oferecidos aos projetos, ou exigências excessivamente burocráticas. Restam-nos, portanto, os editais nacionais.
Desta forma, e pensando assim, a Igarapé Produções acaba de aprovar mais dois projetos na Lei Rouanet: um de lendas amazônicas - uma parceria da escritora Regina Melo com o músico/compositor Adalberto Holanda; e outro, para um espetáculo de dança, baseado no ritual das icamiabas, também da escritora Regina Melo em parceria como músico/compositor Pedrinho Ribeiro.
Com estes, agora são três os projetos aprovados pela Igarapé Produções na referida Lei, que aprovou este ano a ópera popular AS AMAZONAS, também em parceria da escritora Regina Melo com o músico/compositor Adalberto Holanda.
Sabemos que a aprovação de projetos na Lei Rouanet é uma etapa importante, mas não garante a sua execução, pois esta depende da sensibilidade dos empresários e do seu investimento na cultura. Precisamos criar novas possibilidades, já que em Manaus e no Estado do Amazonas os artistas não podem se beneficiar diretamente da Lei Rouanet, a não ser participando dos editais que ocorrem nacionalmente.

domingo, 21 de agosto de 2011

“OCEANO PRIMEIRO” – Por quê ler?


Sempre me pareceu que as ilhas do oceano Pacífico eram pedaços de um continente que submergiu. Templos de pedra, pirâmides, cavernas, criptas, colinas e outros vestígios monolíticos não seriam meras suposições. Assim como as figuras colossais de granito, ruínas abandonadas, geoglifos em formas de pássaro, peixe, macaco, aranha, lagarto e cão nos Andes não pertenceriam a cenários fictícios de um mega projeto cinematográfico. Por seu turno, o nome original de Tapy K´ala, “povo da pedra central”, para Tiahuanaco – a se distanciar cada vez mais do mar, no alto do planalto Titicaca – também não seria apenas mais um detalhe... (trechos do livro “Oceano Primeiro – Mar de Leite, Rio da Criação de Regina Melo)


Depoimentos:

Regina é uma escritora empreendedora, no sentido de se lançar, SEMPRE; no sentido de buscar novas referências, inovação, sem perder o lirismo, a envolvência, o poético... Vivencia com a força de uma atriz, cada personagem, cada passagem, cada canto descoberto. É um pouco como se ela se mostrasse por dentro. Percebi isto em Ykamiabas e ainda no rascunho do Oceano Primeiro – Neide Miranda (Jornalista).


A autora lança suas palavras como um laço, como uma seta caçadora. E como o ininterrupto "zumbido" musical da selva, sou tragado pelo canto sedutor da narrativa que faz do Oceano Primeiro um doce canto de uma Yara com língua de fogo, que capta o leitor e o enrola selva adentro, fazendo-o raspar a pele em capim navalha... Uma leitura selvagem e alucinógena, como um banho de chuva torrencial aos pés de uma cachoeira. Uma cantiga que ecoa um Princípio e uma Continuidade do Mundo! – Darci Figueiredo (Dramaturgo).

Conheço Regina há quase vinte anos, como amiga e colega de trabalho em diversos projetos socioambientais no Amazonas. Regina tem sido uma inspiração, por seu espírito generoso e sua busca profunda das verdades eternas que possam tornar a guiar a vida humana neste abundante e sofrido planeta. Essa busca tem-na levado a uma pesquisa extensa, catando mitos, histórias, fatos arqueológicos do mundo todo, que fazem parte do entendimento universal da nossa existência.
Regina transcende a limitação das disciplinas acadêmicas e literárias, mesclando fato, ficção e mito, dentro de uma didática de revelação; e, reunindo esses diversos fios, tece com arte e inspiração histórias enraizadas em sua terra natal, o Amazonas. Está deixando para todos nós uma linda e preciosa herança de obras – livros, poemas e canções – saindo da Amazônia, com uma relevância urgente para a humanidade.
Com a crise social-ambiental-espiritual de nossa espécie, neste tempo de mudança e transformação, suas reflexões nos chamam a contemplar quem somos, de onde viemos, e a razão de nossa existência. Nicole Freris – Médica, fitoterapeuta e ambientalista.